Se o bebê quisesse, poderia voar agora mesmo para o céu.
Mas não é por nada que ele não nos deixa.
Ele gosta de reclinar a cabeça no peito de sua mãe, e não suporta jamais perdê-la de vista.
O bebê conhece muitas palavras sábias, embora poucos no mundo compreendam o que ele diz.
Mas não é por nada que ele jamais quer falar.
Seu único desejo é aprender as palavras que saem dos lábios de sua mãe.
E por isso ele tem esse ar tão inocente.
O bebê tinha uma porção de ouro e pérolas, embora tenha vindo a este mundo como pobre mendigo. Mas não foi por nada que ele veio com tal disfarce.
Este adorável mendigo nu quer mesmo parecer um necessitado, porque assim ele mendiga o tesouro do amor de sua mãe.
O bebê era completamente livre na terra da pequena lua crescente.
Mas não foi por nada que ele abriu mão da sua liberdade.
Ele sabe que há lugar para uma alegria sem fim no menor cantinho do coração de sua mãe, e sabe que é mais doce do que a liberdade ficar preso e apertado nos seus queridos braços.
O bebê vivia na terra da felicidade perfeita, e não sabia chorar.
Mas não foi por nada que ele escolheu derramar lágrimas.
Com o sorriso de sua adorável face ele prende o coração ansioso de sua mãe, e seus pequenos choros por uma dorzinha qualquer lhe garantem um duplo laço de amor e compaixão.
(Rabindranath Tagore - A Lua Crescente)
Que poema Maravilhoso!!! Parabéns pelo post. A imagem é de quem? Estou tentando encontrá-la no google para enquadrar.
ResponderExcluirAbraços.