terça-feira, 2 de agosto de 2016

Fralda Madrinha é minha avó materna, que transborda de mim

Chegou o mês em que virei mãe! Em agosto nasceu Caetano, que inspirou a criação da Fralda Madrinha. Por muito tempo achei que a Fralda Madrinha tinha nascido por causa dele, mas não foi. E hoje, quase 7 anos depois, acho que pelo menos não começou com ele. 
Semana passada foi o dia das avós. 26 de julho é dia de Santa Ana, mãe de Maria, avó de Jesus. Também é dia de Nanã.
Eu tenho uma avó que eu nunca conheci. O que sei dela me foi contado por minha mãe, que tinha sete anos quando ela morreu. Mas para mim, na verdade, ela nunca morreu e eu sempre a conheci. Ela vive em mim desde sempre e se manifesta na vontade de costurar. Minha avó costurava as roupas de toda família de 8 filhos. Desde criança, muito criança, senti essa vontade. Era mais que vontade, era uma necessidade, algo que eu tinha que fazer. Minha mãe me ensinou a costurar à mão, quando eu ainda era menina. Nesta época (e em muitas outras) eu destruí muitas roupas na intenção de fazer outras. Mas eu nunca tinha tempo para me dedicar à costura. Matriculei-me várias vezes em curso de corte e costura na época em que cursava Arquitetura, mas quando o semestre começava tinha que abandonar para dar conta dos estudos. Quando casei minha mãe me ensinou a usar a máquina de costura e eu fiz cortinas e almofadas para minha nova casa. E quando Caetano estava prestes a nascer (ou pelo menos era o que eu achava), e eu já tinha decidido que deixaria de me dedicar à minhas atividades de arquiteta e professora universitária para cuidar dele por um bom tempo, finalmente comprei uma máquina de costura.Foi como realizar um sonho, pois junto com a máquina eu teria também o tempo para usá-la.E eu tive tempo, pois o menino gostou de morar na minha barriga. Enquanto o esperava fiz bainhas em cueiros e fraldas. Nessa época eu já tinha decidido usar fraldas de pano. E olhava as que tinha comprado e sonhava em fazer outras para Caetano. Decifrei aquelas fraldas, desmanchando-as para refazê-las de forma que nos atendesse melhor. E eram tantos detalhes, tantos saberes numa coisa tão pequena. E minha mãe me vendo, via minha avó. Eu reinventei aquelas fraldas, pesquisei outros materiais, simplifiquei o mais que pude a forma de produzi-las, comecei a compartilhá-las com outras mães pelo Brasil afora... Quando Caetano começou a andar compartilhei como fazer com minha irmã, para que eu seguisse acompanhando o menino. Não costuro mais as fraldas. Mas costuro muito outras coisas. E minha mãe sempre que está por perto (e ela sempre está) fica ali vendo minha avó que mora em mim. E ficamos ali, costurando nossas histórias.


segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Semana Mundial de Aleitamento Materno #SMAM2016

Hoje começa a Semana Mundial de Aleitamento Materno #SMAM2016.
Eu tenho a alegria de ter amamentado meus dois filhos. Caetano mamou por 28 meses e Diana 22 meses. Vou postar fotos para incentivar outras mulheres e acredito que muitas outras mulheres farão isto.  Mas quero lembrar que geralmente as fotos em redes sociais só mostram as alegrias. E amamentar não é só alegria e é preciso muito mais que amor.
Caetano nasceu e não sabia mamar, foi mamar 24 horas depois. Tenho certeza que nossa história não seria tão florida se eu não tivesse tido o apoio das mulheres maravilhosas da Equipe Hanami que me acompanharam no parto. Como será ter um bebê no colo chorando de fome sem conseguir mamar? Como se sente uma mãe, que acabou de virar mãe, nestas condições? Como será ter os peitos cheios de leite e um bebê que não mama? Como será não saber o que fazer? Eu senti o desespero mas sabia que logo tudo se resolveria.
Eu também fui criada por uma mãe que amamentou todos os filhos. Amamentar era o normal, o esperado, o natural. Minha irmã amamentou. Minha cunhada também. Elas me mostraram os percalços, mas diziam que faziam parte do caminho. E se as mulheres que estivessem à minha volta, a cada choro do bebê me dissessem que ele estava com fome? E se vissem minhas olheiras e me incentivassem a dar mamadeira, pelo menos à noite. Se meu marido não me acolhesse em meu cansaço?
E se me recriminassem por amamentar no jardim de infância? E nos encontros de família me dissessem que meu leite é só água? Que meu filho teria problemas psicológicos ou que eu os tinha? E se me impedissem de amamentar em público?
Se não me dissessem: _Vai querida, é assim mesmo. Olha como ele(a) está forte! Vale muito a pena! Como tenho saudades dessa época...Eu nunca pensei que fosse um caminho só de flores, mas sabia que valeria muito passar por ele.
E como será amamentar e trabalhar fora? Como será não poder parar tudo para atender o bebê?
Amamentar não é fácil nem quando temos informação, apoio profissional, apoio do companheiro, da família, dos círculos sociais. Amamentar também não é fácil quando trabalhamos em casa ou temos mais tempo. Amamentar exige entrega, confiança, determinação e força. Amamentar é muito mais que um ato de amor.